Sou gente boa, sangue bom. Pelo menos é o que dizem.
Nasci no século passado (meu Deus que frase), precisamente em 13 de abril de 1969. Portanto, apesar de ser uma pessoa de época, não sou tão velha assim.
Sou baiana, o que foi muito importante para minha formação. Porque para o baiano tudo é festa, a gente acontece e faz acontecer. Ser baiano é ser retado, é ser porreta, é ser, como podem ver, modesto.
Nasci no interior, Senhor do Bonfim, a melhor festa junina da Bahia. Passei praticamente todas as férias na capital da alegria, curtindo Buraquinho, Ipitanga, Itaparica e nadando no Porto da Barra e na Bacia das Moças, na Pituba.
Sou louca por doces. Doce de jaca em compota é o meu preferido. Nunca gostei de café, mas agora estou me convertendo ao seu consumo. O frapê de café com chantilly é T-U-D-O.
Gosto demais de cozinhar e de inventar na cozinha. Faço um escondidinho de charque que é divino.
Gosto também de cheiros. Os meus preferidos são: de terra molhada pela chuva, de alho com bacon fritando, de caderno novo, de banho tomado e de carro 0 km. Acho que são estes. Agora, cheiro forte demais é uó. Cheiro tem que ser na medida certa.
O que me incomoda é vento. Tô falando de vento e não de brisa. Nada mais irritante do que o vento batendo em minhas orelhas.
Irritante também é gente que fala assim: fulano é pra lá de animado, é pra lá de convencido (prá lá? Como assim?) ou que fala assim: vou estar confirmando (não é mais simples, vou confirmar), vai estar sendo debitada (vai ser debitada). Sei lá porque, mas me irrita profundamente.
Sou chorona. Já fui mais. Sou do tipo que chora até vendo comercial de margarina na TV.
Agora, se quiser me agradar, me dê presentes. Sou que nem criança. Aliás, tem coisa melhor do que ganhar presentes? Até tem, mas deixa para lá.
Nunca tive um time do coração e nunca fui à Fonte Nova. Já fui ao Maracanã, mas não em dia de jogo. Muitas vezes torcia pelo Vitória, mas com certeza pulei muitos carnavais ao som de Bahia, Bahia, Bahia, hino do Bahia.
Eu era tímida, mas daquelas que enfrentam a timidez por isso a timidez não me atrapalhou em nada, só me deu um charme a mais (que metida que eu sou). Como vêem, agora sou mais saidinha.
Enfrentando a timidez, desde pequena, nas festas, me vestia de palhaço e sempre estava às voltas envolvida com alguma peça de teatro. Muitas vezes fui atriz, outras tantas diretora.
Quanto a escrever, pensando agora, acho que sempre escrevi e gostei de escrever. Escrevia no jornal da escola, ganhei concurso de redação e tudo o mais. Até ganhei uma viagem de quinze dias para a Itália por vencer um concurso de monografias.
Quando era pré adolescente, meus pais resolveram morar em Porto Velho, Rondônia. Uma experiência riquíssima. Novos costumes, novos ambientes. Tudo muito diferente. Foi lá, ainda uma menina, que eu conheci Deus mais profundamente e desde então é Ele quem rege minha vida.
Dois anos depois estávamos de volta.
Aos dezesseis, mudei do interior para a capital, Salvador. Nova vida. Faculdade, namorado, namorado que conservo até hoje. Só de casamento já se vão quase vinte anos.
Procurando estudar em uma das melhores faculdades do país, fui com um ano de casamento para São Paulo, mais precisamente Rio Claro. Lá me formei, fiz mestrado e resolvi dar uma guinada.
Formada em Geografia e com mestrado na área, percebi que havia deixado para trás um sonho de menina. Escrever, atuar, apresentar. Dei a tal da guinada. Não foi fácil, foi doloroso, muito por causa de uma madrasta má: minha autocrítica. Mas arregacei as mangas e comecei praticamente do zero. Com uma filha pequena me formei em Radialismo, Locução e Apresentação de Programas de Rádio e TV e fui à luta, trabalhei em uma produtora de vídeo. O bonito da vida é isto: Sempre é tempo.
Mudando para Araraquara, ainda em São Paulo, também comecei a trabalhar em jornal. Consegui meu registro de jornalista e continuei em frente. Foi em Araraquara que tive meu segundo filho. Trabalhava em jornal e era colaboradora de sites da internet.
Dezesseis anos depois, cá estou eu de volta ao Nordeste, estou morando em Garanhuns, Pernambuco. A Suíça pernambucana. Vocês podem não acreditar, mas uma cidade nordestina e fria. Fria mesmo. No inverno, em alguns pontos da cidade, o termômetro chega a marcar 8 graus. Aqui fui editora de uma revista, escrevo uma página em um jornal e também escrevo para revistas de circulação nacional. Neste meio tempo nasceu meu terceiro filho, em Recife.
Como vêem, desde sempre, levo a vida como disse um dia Léo Buscaglia: Vivendo, Amando e Aprendendo.
Como diria a Rosana Hermann: minha vida é um livro aberto, mas com algumas páginas arrancadas. Eu acrescento: e transparente, mas com uma leve película de insulfilm.
Pois bem, esta sou eu.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)